sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Uol: Novos Meninos da Vila passaram fome e viram até assassinato na infância

Divulgação/Santos FC
A carreira de um atleta de futebol é cercada de sonhos, mas muitos têm que enfrentar verdadeiros pesadelos. A nova geração de Meninos da Vila do Santos serve de exemplo quando o tema é superação para chegar ao sucesso. Os novos titulares de Dorival Júnior tiveram uma infância dura, moraram em favelas, em meio à criminalidade e presenciaram até assassinatos. Caso do atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, que cresceu no bairro Montanhão, em São Bernardo do Campo.
"Moramos na favela, moramos no bairro Montanhão, em São Bernardo, e passamos necessidade. Pegávamos dinheiro emprestado para o Gabriel treinar. Já vimos gente morrer na nossa frente. Eram com frenquências [mortes], bandidos matando bandidos. Foi difícil no começo, mas depois fizemos muitos amigos e o bairro se tornou um lugar gostoso", afirmou Valdemir Silva, pai de Gabigol, ao UOL Esporte.
Caminhos semelhantes foram trilhados por Thiago Maia, Gustavo Henrique, Zé Carlos, o Zeca, e Geuvânio, que somam o sexteto titular revelado no clube. Cada um deles sofreu bastante até integrar a nova safra de revelações do Santos.
Sem dinheiro para treinar no início da carreira, quando jogava Futsal em São Caetano, Thiago Maia passou fome para não gastar a verba da passagem. O jogador é natural de Boa Vista, em Roraima, e quando chegou a São Paulo para fazer testes nos clubes, ele e sua mãe, Dona Vanda, tiveram que morar em um motel por falta de recursos financeiros.
Zeca, por sua vez, quase viu seu sonho acabar quando foi dispensado das categorias de base do Santos aos 11 anos. No entanto, o retorno foi inusitado. O lateral ganhou uma nova oportunidade ao ser reconhecido por um preparador físico do clube quando atuava de gandula em uma partida entre América-SP e Santos.
"Cheguei ao Santos com 11 anos, fiquei um ano aqui, fui para Rio Preto, fiquei dois anos lá. No juvenil falaram pra eu ser gandulinha, e o preparador físico bolinha [Luiz Fernando], conversou comigo e voltei para cá em 2011, e subi, graças a Deus estou aqui. Fiquei um ano na base, fiquei triste quando fui mandado embora. Continuei jogando no América, mas triste. Quando o Santos me contratou fiquei com uma esperança maior", afirmou Zeca.
Neste ano, a história se repetiu. O lateral foi liberado para deixar o clube e acertar sua transferência para o Columbus Crew, dos Estados Unidos, mas foi resgatado por Dorival Júnior. Em uma única atividade antes do jogo de reestreia do técnico, contra o Figueirense, Zeca ganhou uma oportunidade e nunca mais saiu do time.

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