Foto Divulgação
Aos olhos dos poderosos locais, Xapuri anoitecia em resistência pelos direitos e pela vida, nem que a última custasse a primeira. Era 22 de dezembro de 1988 e um de seus maiores inimigos entrava de tocaia no quintal do líder da região. Já passava das 18h e um tiro de espingarda calibre 20 ecoou pelo pequeno vilarejo do Acre.
Do lado direito do peito, 42 balas de chumbo atingiam Francisco Alves Mendes Filho, o popular Chico Mendes. Naquela noite, enquanto seringueiras sangravam látex, seu mais célebre defensor sangrava as consequências. A causa da conservação ambiental da Amazônia e da sobrevivência dos povos da floresta perdia uma de suas maiores lideranças.
Apesar da grande comoção, seu assassinato já era anunciado. Em diversas palestras, o seringueiro comunicava as constantes ameaças que recebia dos fazendeiros da região. Em maio de 1988, durante um evento organizado pela Associação dos Geógrafos Brasileiros na USP, em São Paulo, Chico Mendes comentou sobre as intimidações dos fazendeiros locais.
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