quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Jornalista e ex-prefeita de Natal Micarla de Souza e histórico do afastamento político


micarla DNUm ano atrás se avizinhava um dos momentos de maior instabilidade política da história da capital potiguar. A cidade perderia sua prefeita, afastada a pedido do Ministério Público e por ordem da Justiça, no dia 31 de outubro de 2012, e os antigos aliados assistiam de longe.A própria prefeita, como conta a matéria publicada na edição de domingo passado do NOVO JORNAL, sentia-se isolada. Os antigos aliados, que a ajudaram a “bater” indiretamente o então presidente Lula nas urnas, desapareceram, segundo ela.O momento político é reafirmado pelos vereadores e ex-vereadores ouvidos pela reportagem, que lembraram os passos finais do mandato da jornalista à frente do executivo municipal.Atualmente comandando o legislativo municipal, Albert Dickson (Pros) durante o afastamento ainda cerrava fileiras junto ao executivo, enquanto finalizava seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Natal (CMN). “O PP (Partido Progressista) tinha o vice-prefeito Paulinho Freire”, lembra o presidente.Dos momentos de afastamento da prefeita ele diz guardar muito pouco. “Foi tudo muito rápido. A Câmara não participou do processo e ninguém sabia de nada. Não tenho muitas lembranças, porque não me envolvi”, afirma Albert.Na avaliação do vereador, o afastamento gradual dos apoios políticos contribuiu para o fim inédito do mandato. “Ela estava muito isolada naquele momento. Isso com certeza ajudou para que ela fosse afastada. Foi uma situação ruim para a cidade e principalmente para ela, que agora pena com a demora da Justiça para resolver as coisas”, analisa o chefe do legislativo.Enquanto uns poucos lembram, outros fazem questão de esquecer. Atualmente sem mandato e recém-alçado à condição de presidente regional do PSC (Partido Social Cristão), Adenúbio Melo fez parte da base legislativa que apoiou o mandato de Micarla por um bom tempo, enquanto era vereador pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).Para ele, passado um ano do afastamento, o momento é para esquecer. “Tem que tocar o barco para frente. E esquecer tudo isso, para poder evoluir. Ela não teve direito de defesa no momento, mas até agora não recebeu nenhuma acusação”, disse Adenúbio.O ex-vereador destacou que a gestão pecou no tocante ao cuidado com o dinheiro público. “Sem dinheiro ninguém fica próximo, todos se afastam. A prefeita Micarla não fez uma boa gerência do dinheiro e não teve condições de tocar a prefeitura. Todos se afastaram”, afirma Melo, que até o início do segundo semestre de 2012 ainda apoiava a gestão.Também aliado de primeiro momento, o vereador Adão Eridan (PR) deixou o barco no meio do caminho. “A gente esperou um ano, dois anos e nada foi feito. A gestão não trouxe nada para a cidade”, disse ele.O afastamento, na visão de Adão, ainda foi bom para a então prefeita. “Ela escapou duas vezes de ser cassada. Afastar foi melhor para Micarla do que ser presa”, apontou Eridan.A grande falha de Micarla de Sousa, na visão do ex-aliado, foi não aceitar conselhos. “Ela não ouvia ninguém. Dei muitas sugestões, mas nenhuma foi acatada. E ainda tinha uma equipe completamente desqualificada. Ela teve aquela votação esmagadora, entrou para a história, mas agora não tem mais espaço na política do RN. É triste”, sentenciou Adão.
Do Novo Jornal

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