sábado, 2 de abril de 2016

Vilma de Faria abre espaço para alianças e preserva independência na política

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Hoje, 2, termina o prazo para novas filiações partidárias, visando à eleição de outubro.
No RN, a última liderança a fixar-se em uma legenda foi a ex-governadora Vilma de Faria.
Ela deixou o PSB, que estruturou no Estado com crescimento acentuado, e optou pelo PTdoB, antes sob o controle do deputado Carlos Augusto Maia, que se filiou ao PSD, diante de convocação pessoal do governador Robinson Faria.
Existem comentários de que Vilma se vinculou a um partido pequeno, sem história e sem estrutura eleitoral.
Essa visão não procede.
Vilma agiu certíssima.
No Brasil de hoje, uma forma de chegar ao eleitor é dispor de pequena sigla, sem grandes desgastes, que não possa ser confundida com a deterioração da política nacional.
Além do mais, no PTdoB, Vilma é “dona” do Partido, tese que predomina na política potiguar para um candidato “ter vez”.
A diferença é que muitos querem ser “donos” de Partidos apenas para, do dia para noite, se metamorfosearem em “líderes” e buscarem objetivos maiores.
No caso de Vilma, não.
Ela, quer queiram, quer não queiram, é conhecida em todo o estado, persiste há anos na política, tem serviços prestados e exerceu mandatos relevantes.
Dispõe, portanto, de imagem estadualizada e o necessário capital inicial para uma nova arrancada.
A mudança na política não é feita apenas através de nomes novos que surgem.
Os mais velhos, com experiência, têm também o direito de reformular conceitos e serem novos, com propostas inovadoras.
De certa forma, esses inspiram mais confiança, do que os rótulos eventuais de “mudanças”, por idade, ou slogans vazios, que quase sempre desaguam na transformação de novos em velhos hábitos.
Outro aspecto a considerar é que Vilma no PTdoB estará livre para alianças futuras, qualquer que seja o seu projeto de candidatar-se a prefeita de Natal, vereadora, continuar vice de Carlos Eduardo, aliar-se a Robinson Faria (como já se fala), ou partir sozinha.
Se fosse para o PSDB, por exemplo, enfrentaria dificuldades em um partido que já tem dono, o qual jamais renunciará ao comando do partido (nem agora, nem, no futuro).
Ela ficaria atrelada a projetos de terceiros e limitada na composição de coligações.
Por outro lado, a hipótese de aliança com o PR, ou o DEM deixaria rastros desagradáveis.
A opção de Vilma foi, portanto, correta.
O único “senão” terá sido a precipitação de sua filha deputada Márcia Maia em ceder aos cânticos “irresistíveis” do PSDB local.
Todavia, esse é um aspecto que foge a política e poderá ser resolvido entre mãe e filha, na hora própria.
Por Ney Lopes

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