Enfrentando fila em frente a uma agência de emprego no Rio de Janeiro, Thaysa dos Santos se diz disposta a aceitar qualquer oferta de emprego. Como os mais de 13 milhões de desempregados no país, ela não pode se dar ao luxo de ser exigente.
Enquanto a maior economia da América Latina corre o risco de voltar à recessão dois anos depois de uma crise devastadora, encontrar trabalho está mais difícil do que nunca.
“Hoje em dia é muito difícil”, diz a jovem de 27 anos, auxiliar administrativa há três meses em busca de um emprego em tempo integral.
“A gente não pode escolher segundo nosso currículo. Tem que pegar qualquer vaga”, explica.
O desemprego no país, de 12,3%, é maior do que em qualquer momento da recessão que abalou o país entre 2015 e 2016 e fez a economia encolher mais de 7%.
Um crescimento letárgico desde então —a economia se expandiu 1,1% em 2017 e 2018, e analistas apontando para um crescimento ainda mais lento este ano— desencoraja as empresas a aumentar sua folha de pagamento, apesar do governo de viés liberal empossado em janeiro.
O presidente Jair Bolsonaro, que assumiu o mandato com a promessa de impulsionar a economia, diz que a chave para o crescimento é a aprovação da reforma da Previdência, que enfrenta a resistência de sindicatos e de um Congresso hostil.
Com a pouca ajuda formal disponível, muitos desempregados dependem do apoio da família ou aceitam empregos informais, apesar disto significar ganhar menos e abrir mão de benefícios, como seguro de saúde e INSS.
Folhapress
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