Fotos: Reprodução
A Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que o vereador Dr. Jairinho teria praticado pelo menos uma sessão de tortura contra o menino Henry Borel semanas antes da morte da criança, em março. Ainda segundo as investigações, a mãe de Henry, Monique Medeiros, sabia de agressões. Jairinho teria se trancado no quarto para bater no menino.
O casal foi preso na manhã desta quinta-feira (8) na casa de parentes de Monique em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Segundo os investigadores, a prisão ocorreu porque a mãe de Henry e Jairinho atrapalharam as investigações da morte da criança e ameaçaram testemunhas.
Investigadores da 16ª DP (Barra da Tijuca) suspeitam que o vereador agredia o menino com chutes e golpes na cabeça e que a mãe sabia.
Em 12 de fevereiro, Monique descobriu que Jairinho estava no apartamento, trancado no quarto, com o Henry. A polícia descobriu que ela estranhou que ele tenha chegado cedo em casa.
Ainda segundo as investigações, no dia seguinte ao enterro do filho, Monique passou a tarde no salão de beleza de um shopping na Barra da Tijuca. Três profissionais cuidaram dos pés, das mãos e do cabelo da professora, que pagou R$ 240 pelo serviço.
A causa da morte do Henry foi por “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente [violenta]”.
A polícia ouviu pelo menos 18 testemunhas e reuniu provas técnicas que descartam a hipótese de acidente — levantada pela própria mãe da criança em seu termo de declaração na delegacia.
Os policiais descobriram ainda que, após o início das investigações, o casal apagou conversas de seus telefones celulares. Suspeitam, inclusive, que eles tenham trocado de aparelho.
A perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) usou um software israelense, o Cellebrite Premium, comprado pela Polícia Civil no último dia 31 de março, para recuperar o conteúdo.
Em relação a Monique, mãe de Henry, que namorava o vereador desde 2020, os policiais levantaram informações sobre o comportamento dela após a morte do filho que chamaram a atenção. Primeiro que ela chegou a trocar de roupa duas vezes até escolher o melhor modelo, toda de branco, para ir à delegacia.
Múltiplos hematomas
A primeira prova importante que chegou às mãos dos investigadores foi um laudo assinado pelo médico legista Leonardo Huber Tauil, feito após duas autópsias realizadas no cadáver da criança, nos dias 8 e 9 de março.
No documento, o perito do Instituto Médico Legal (IML) descreve que a criança sofreu “múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores”, “infiltração hemorrágica” na parte frontal, lateral e posterior da cabeça, apontou “grande quantidade de sangue no abdômen”, “contusão no rim” e “trauma com contusão pulmonar”.
A causa da morte foi por “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente [violenta]”.
G1
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