Foto: Marcia Foletto / Agência O Globo
Os Estados Unidos já consideram a aplicação de uma segunda dose de reforço da vacina contra Covid-19 para pacientes imunossuprimidos seis meses após a primeira, totalizando quatro doses do imunizante. A orientação faz parte de uma atualização das diretrizes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país (CDC, na sigla em inglês) realizada na semana passada, mas ainda não foi confirmada pelas agências reguladoras.
Por enquanto, a recomendação é de que a quarta dose seja oferecida apenas para pessoas imunossuprimidas de forma moderada ou grave, com mais de 18 anos, e que tenha recebido as três primeiras doses de uma das vacinas de RNA mensageiro — a da Pfizer/BioNTech ou a da Moderna. A segunda dose adicional, que deverá ser aplicada apenas no ano que vem, pode ser de qualquer um dos três imunizantes autorizados no país: Pfizer, Moderna e Janssen, que usa a tecnologia de vetor viral.
Já para aqueles que também têm o sistema imunológico comprometido de forma moderada ou grave, mas tenham recebido inicialmente a vacina de dose única da Janssen, o CDC orienta no momento apenas uma primeira dose de reforço. A aplicação pode ser de qualquer uma das vacinas após dois meses da dose única. Para essas pessoas, portanto, é recomendado apenas um esquema de duas aplicações, e não de quatro.
A Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos dos EUA, liberou em agosto a primeira dose de reforço da vacina de Covid-19 para imunossuprimidos, no período de 28 dias após a segunda aplicação ou de dois meses após a primeira no caso da dose única. O grupo elegível para a quarta dose deve começar a recebê-la em fevereiro de 2022.
Estudos demonstram uma menor proteção induzida pelo imunizante em pessoas cujos sistemas imunológicos são mais frágeis. É o caso de pessoas com câncer, com HIV, transplantados, entre outros. Por esse motivo, diversos países estão oferecendo uma dose de reforço contra Covid-19 após as duas primeiras ou a dose única.
É o caso do Brasil, que em agosto teve a terceira dose recomendada pelo Ministério de Saúde para imunossuprimidos no prazo de 28 dias depois da segunda aplicação ou da dose única. Em outubro, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) orientou o mesmo procedimento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), que se opõe fortemente à oferta da dose de reforço para a população geral no momento, abre uma exceção apenas para o caso de pessoas imunossuprimidas. A organização defende que pessoas de fora desse grupo não devem receber uma dose adicional até que uma parcela maior da população mundial seja vacinada.
Para a OMS, essa prática reforça a desigualdade vacinal no mundo no momento em que alguns países europeus, por exemplo, imunizaram mais de 70% de sua população geral, enquanto há lugares na África que não chegaram a 1%.
O Globo
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