Análise de acervo do CRDH, para a produção de um documentário sobre Direitos Humanos. Foto: Anastácia Vaz
Os últimos dados do Ministério dos Direitos Humanos mostram que em 2017, o Rio Grande do Norte teve 3.253 denúncias de violação registrados pelos serviços de atendimento do ministério, como o disque 100 e 180. Esses números colocam o estado em terceiro lugar no ranking nacional, considerando a proporção por 100 mil habitantes. Diante desse cenário, as ações do Centro de Referência em Direitos Humanos Marcos Dionísio (CRDHMD), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), funcionam como um conjunto de forças para que as políticas públicas realmente ajam na consequência e, especialmente, na prevenção das violações.
O Centro de Referência é um projeto de extensão que existe desde 2011, voltado tanto para a comunidade interna quanto externa, principalmente na atenção de violação dos direitos humanos em geral, cobrindo demandas de todo estado. Atende e executa ações de promoção de direitos humanos de forma pré-violatória e pós-violatória. Sediado no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFRN, na sala 213, o CRDH conta com profissionais de psicologia, serviço social e direito, prestando assistência com o apoio de 10 estagiários.
Segundo a coordenadora-adjunta, Cândida de Souza, de 2011 a 2018, foram mais de 3 mil casos, entre demandas individuais e coletivas. “Não são atendimentos só para pessoas individualmente, mas também a famílias e grupos, o que dá um alcance muito maior, ajudando com ações caritativas e apoio psico-social”. Outras atividades são os serviços de atendimento jurídico, capacitação em direitos humanos, mediação de conflitos, apoio e articulação de atores públicos e de movimentos sociais.
Uma das atuações recentes do CRDHMD, entre os 15 casos, atualmente ativos, é na comunidade do mosquito, que ficou muito visibilizada na mídia devido aos conflitos de facções e assassinatos. O Centro se voltou para a comunidade na tentativa de fazer uma intervenção comunitária juntamente com outros grupos de defesa dos direitos humanos, com a ideia de se aproximar dos moradores para infertilizar o ambiente de proliferação da violência, ocupando o lugar com cultura, arte, rodas de conversa e espaços de empoderamento para os moradores. A coordenadora adjunta comenta que “é uma estratégia essencial para que as violações de direitos na comunidade sejam diminuídas”.
Para fazer denúncias de violações dos direitos humanos e ter mais informações entre em contato pelo telefone (84) 3342-2243 Ramal 127 ou acesse a página do CRDH/UFRN no Instagram. Outro meio de denunciar são os serviços nacionais, como o disque 100 e o ligue 180, este último voltado para denúncias de violência contra a mulher, ou pelo site do Humaniza Redes.
Marcos Dionísio
Em 2017, o Centro de Referência em Direitos Humanos da UFRN passa a ter adicionado o nome de Marcos Dionísio, uma homenagem ao militante das causas sociais no Estado durante as últimas duas décadas e idealizador do projeto, falecido no ano passado. A trajetória de Marcos está em outro projeto do CRDH: a produção de um documentário sobre a história dos direitos humanos no Rio Grande do Norte, no qual grande parte do acervo utilizado é composto por documentos e jornais impressos guardados por Dionísio durante sua militância e doados por sua família. A previsão para o lançamento é no início de 2019.
Com informações da UFRN
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