Automutilação e suicídio entre crianças e adolescentes foram os temas abordados na audiência pública realizada pela CPI dos Maus-tratos. Os especialistas deixaram claro que não há explicações simples para atos tão severos, cujas causas mais comuns seriam transtornos mentais ou psicológicos, inclusive os resultantes de situações de violência e abusos na infância. Foi também citada a questão do bullying, com dimensão ampliada na era da internet e das redes sociais e grande potencial para levar crianças e jovens a condutas extremas.
Como observou o psiquiatra André de Mattos Salles, de Brasília, há 20 anos o bullying e os problemas que um adolescente enfrentava ao longo da vida eram restritos a determinados contextos. Poderia ocorrer um desentendimento com colegas da escolas mas ao chegar em casa essa criança ou jovem encontrava uma “zona de conforto”. Mas hoje, por causa das redes sociais na rede de computadores, ele pode receber ameaças e ser exposto a conteúdos vexatórios ao longo das 24 horas do dia, sem trégua.
— A gente tem que lembrar também da velocidade da informação e facilidade filmam tudo que acontece. Alguma situação constrangedora que acontece com o adolescente, isso é filmado e colocado nas redes sociais, e em algumas horas e dias o mundo inteiro está vendo. O impacto disso para uma personalidade em formação é avassalador — comentou Salles.
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