Pacientemente, a ex-ministra Marina Silva tem repetido a resposta para a pergunta que mais escuta ultimamente: disputará a presidência? “Minha candidatura ainda está em processo de definição”, disse a jornalistas durante o Encontro Estadual do seu partido, a Rede Sustentabilidade, em Porto Alegre, na manhã deste sábado. “Logo anunciarei a decisão”, complementa.
Em 2014, Marina Silva recebeu 22,2 milhões de votos no primeiro turno da corrida ao Planalto, ficando em terceiro lugar. Sobre a disputa anterior, Marina disse que foi marcada pela “campanha do ódio, da corrupção, da mentira e do medo”.
A ex-ministra tem viajado pelo Brasil para participar de encontros de seu partido. Antes de falar aos correligionários em Porto Alegre, palestrou sobre sustentabilidade para universitários na noite de sexta-feira em São Leopoldo, na região metropolitana, na Unisinos. “Voltei agora de Sergipe, estou no Rio Grande do Sul hoje, amanhã estarei em São Paulo, essa é a minha rotina de vida”, comentou.
Enquanto Marina não anuncia sua decisão, políticos da Rede ventilam outras possibilidades para a candidatura própria. Se antes já se falava na chance de uma chapa com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) JoaquimBarbosa, agora é o nome do também ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto que tem ganhado força na Rede. Políticos estaduais ouvidos por VEJA confirmam que Ayres Britto já foi sondado sobre 2018.
“O ministro Ayres Britto é um amigo querido, conversamos muito, mas nunca falamos sobre filiação. Ele nunca declinou nenhum interesse para participar do processo político eleitoral. Ele é uma figura política que tem ajudado muito o Brasil”, disse Marina sobre a participação do jurista em uma chapa majoritária.
“Tem que ver se ele está disposto. É uma possibilidade também, pela proximidade [com Marina]”, disse a VEJA o deputado federal João Derly (Rede-RS).
“Marina diz que tem uma relação muito boa com o Ayres Britto e tem falado também com o Joaquim Barbosa, mas sem dúvida que são grandes nomes e seriam muito bem-vindos”, disse à reportagem o vereador Mauro Pinheiro (Rede), de Porto Alegre.
Sobre a polarização política que tem dividido o país, Marina disse que “se multiplica como pepino na cerca”, expressão em referência à planta trepadeira que se desenvolve com rapidez. E considera o fenômeno como prejudicial ao país. “O Brasil é um país que tem vivido sobre a égide da polarização: República x Império, Arena x MDB, Ditadura x Democracia, PT x PSDB. Isso tem feito muito mal para a sociedade brasileira. Esse é um momento de encontrar um caminho que não seja do embate, do ódio, que se discuta as propostas e não os rótulos como foi em 2014. Em 2014, não se debateu o Brasil”, falou.
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