Ao "NYT", Lula nega que houve mensalão
Do UOL, em São Paulo
Atualizado em: 26/08/2012 - 15h15
"Dilma é minha candidata e se Deus quiser, ela será reeleita", disse o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista dada ao repórter
Simon Romero, do jornal "The New York Times", na sede do instituto que
leva seu nome. O texto foi publicado na edição deste sábado (25) do
periódico americano.
O texto cita ainda o julgamento do mensalão, classificando-o como um
dos "sofrimentos mais graves" do político e um dos "maiores escândalos
de corrupção" do Brasil. "Mais de 30 políticos, incluindo alguns dos
principais assessores de Lula, como José Dirceu, ex-ministro-chefe da
Casa Civil, estão implicados em um escândalo chamado 'mensalão'", diz a
reportagem.
O repórter conta que o escândalo veio à tona em 2005, mas só agora está
sendo julgado pela Suprema Corte brasileira, o que, segundo o texto,
reflete "a lentidão da Justiça brasileira". Em resposta aos
questionamentos sobre o mensalão, Lula pareceu enfático "não acredito
que houve mensalão", mas disse que vai respeitar a decisão do Supremo
sobre o caso. "Se alguém é culpado, deve ser punido", disse Lula, "e se
alguém for considerado inocente, deve ser absolvido."
O ex-presidente também comentou sobre a crise na Europa. "Sei que a
Europa não gosta de nós oferecendo a nossa opinião sobre a Europa, mas
quando a crise era aqui no Brasil, todos eles tinham algo a dizer",
comentou ao jornal americano.
"Vamos ser francos: se a Alemanha tivesse resolvido o problema grego
anos atrás, não teria piorado tanto. Eu já vi pessoas morrerem de
gangrena porque não cuidaram de uma unha problemática", afirmou Lula.
Perguntado se estava diminuindo o ritmo de sua vida, agora que saiu da
presidência e curou-se do câncer, o petista reagiu enfaticamente. "Olha
aqui, ouça o que eu tenho a dizer: a política é a minha paixão", contou
ao repórter do jornal.
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