Do Valor
Uma disputa entre ex-aliados. A eleição à sucessão de Micarla de Sousa
(PV) na Prefeitura de Natal é um embate entre candidatos que há pouco
estiveram sob o mesmo guarda-chuva partidário, em que a prefeita, hoje
alvejada por todos os postulantes, também foi abrigada.
A busca por um quinhão partidário para chamar de seu levou Carlos Eduardo Alves (PDT), Hermano Morais (PMDB) e Rogério Marinho (PSDB), unidos no PSB até 2005, a buscarem novos espaços no quadro político local.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, com possibilidade de liquidar a disputa já em primeiro turno, Carlos Eduardo foi
o último prefeito de Natal antes de Micarla, sua vice quando de sua
reeleição em 2004. À época, ele havia deixado há pouco tempo o PMDB,
capitaneado no Rio Grande do Norte por seus primos
Garibaldi Alves Filho, ministro da Previdência, e Henrique EduardoAlves,
deputado federal e líder do PMDB na Câmara, para se juntar ao PSB de
Wilma. A cisão provocou um racha na família Alves que tem alimentado a
campanha de 2012.
Fiadores da campanha de Hermano Morais,
Garibaldi e Henrique afirmam ter a tradicional família potiguar a seu
lado, enquanto Carlos Eduardo advoga tê-los consigo. Quem tem tirado
vantagem da celeuma é Hermano, 2º colocado nas pesquisas. Recentemente,
Carlos Eduardo levou à sua propaganda eleitoral depoimento em que dizia
que o ex-governador Aluísio Alves, falecido em 2006 e pai de Henrique Alves,
fora o político mais importante do Estado, numa estratégia que visava
minimizar o apoio dos primos ao concorrente. “Foi oportunismo. Ele
deixou o partido pela porta dos fundos para atender ao desejo da
ex-governadora Wilma de Faria [PSB] de concorrer ao governo e ele
assumir a prefeitura”, afirma Hermano.
Hoje no PDT, Carlos Eduardo fala
sem pudores que deixou as siglas porque desejava o comando partidário.
“Procurei um partido em que me sentisse bem ideologicamente e que o
comandasse. O PMDB tem dono”, diz o hoje presidente estadual da legenda.
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