Rio
de Janeiro – A indústria petroleira mundial há tempos tem sido um
bastião masculino, representado na imaginação popular por xeiques de
verdade do Golfo Pérsico e fanfarrões como J.R. Ewing em "Dallas".
Porém, uma exceção à regra surgiu no Brasil, a emergente potência
petroleira da América Latina, onde mulheres agora ocupam as posições
mais poderosas no florescente setor de energia do país.
Em
questão de semanas neste ano, Maria das Graças Foster, engenheira
química tarimbada, assumiu o maior posto da Petrobras, estatal
brasileira do petróleo, e Magda Chambriard foi indicada para dirigir a
Agência Nacional do Petróleo, a qual regula o setor no Brasil.
Colocar
mulheres nessas posições de comando é uma prioridade da presidente
Dilma Rousseff, a primeira mulher a governar o Brasil. Rousseff, que
visitou os Estados Unidos em abril, é ex-ministra das Minas e Energia e
chefiou o conselho diretor da Petrobras por sete anos durante o governo
de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Ela conhece muito
bem o setor e sabe ser extremamente exigente", Foster disse em
entrevista sobre Rousseff, economista cujas histórias sobre intimidação
dos subordinados viraram lenda, dando aos humoristas brasileiros um
vasto material para esquetes. "Quando ela liga, preciso ter a resposta
na ponta da língua."
Não existem muitos exemplos de mulheres em
altos postos no setor da energia. Na Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep), Diezani Alison-Madueke, ministra do
petróleo da Nigéria, é mulher. Nos EUA, Lynn Elsenhans foi a CEO da
Sunoco durante quatro anos antes de sair neste ano. A CEO da Pertamina,
empresa petroleira da Malásia, e a diretora da Schlumberger Asia,
divisão da empresa de serviços para campos de petróleo, também são
mulheres.
Porém, comandar a Petrobras, encarregada da exploração
de campos profundos ao largo da costa, é outra coisa. A empresa, criada
há 58 anos e presidida nos primeiros anos por Walter Link, um geólogo
norte-americano, está investindo, segundo estimativas após o ajuste da
inflação, mais do que a NASA para levar o homem à Lua nos anos 60, para
produzir petróleo a partir de reservas encontradas sob quilômetros de
água, pedra, areia e sal.
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